Arquivo para outubro 2009

Governo explica a redução de IPI

30/10/2009

Por Fernando Teixeira, de São Paulo

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta quinta-feira que o governo vai prorrogar a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para produtos da linha branca (geladeiras, fogões, máquinas de lavar e tanquinhos), até 31 de janeiro de 2010. Contudo, diferentemente do que aconteceu em abril, quando a medida foi adotada, a isenção contemplará, a partir de 1º de novembro, produtos que têm selos de qualidade que garantem o menor consumo de energia. Segundo o governo a desoneração custará R$ 132,1 milhões.

“O grande objetivo do governo é possibilitar ao consumidor brasileiro, principalmente os de renda mais baixa, o acesso a esses produtos, como máquinas de lavar, pois 60% da população não têm máquina de lavar e tanquinho”, disse o ministro durante o anúncio.

Na visão de Ricardo Pastore,coordenador do núcleo de varejo da ESPM, uma das batalhadoras pela  continuidade do imposto reduzido foi Heloisa Trajano, presidente da rede Magazine Luiza e do IDV (Instituto para o Desenvolvimento do Varejo. A empresária destacou em coletiva que 60% do movimento do varejo acontece nessa época do ano e que sua rede deve fazer cerca de 10% de contratações temporárias com base no quadro já existente neste final de ano.

O especialista em varejo aponta que o desconto atinge a população com menor renda. “É o movimento da classe média- baixa comprando a primeira geladeira, a primeira máquina. O importante é ter crédito para sustentar o movimento”.

Pastore diz que o mercado deve continuar aquecido, embora a medida não tenha surtido efeitos parecidos como aconteceu com os automóveis. “A retomada do consumo é rápida e existe uma expectativa boa para o Natal e o começo do ano que vem. Vamos ver se as redes varejistas repensarem as polícias comerciais e estratégias de vendas para entender melhor o consumidor”.

Ele acredita que o mercado tem de olhar melhor para o porte do mercado nacional e eliminar a dependência governamental para manter o consumo vivo. “O que pode acontecer para melhorar o varejo é a abertura de novas lojas e o surgimento de novas redes”.

Uma das redes que apostam no final do ano e na redução do IPI é o Baú Crediário. Segundo o diretor de varejo do Grupo Silvio Santos, Décio Pedro Thomé, a medida dá um reforço para o final de ano, quando as vendas já estão alavancadas pela entrada do dinheiro do 13º salário no mercado. “Nesta época, as pessoas aproveitam para trocar seus eletrodomésticos, como geladeira e fogões, por exemplo. Sem contar que a redução entra também em janeiro, quando muita gente está em período de férias e quer começar o ano com coisas novas”, diz.

Thomé enxerga que a medida de redução do IPI foi abrangente e ajudou na manutenção de empregos nas duas pontas: indústria e comércio. “O governo acertou em duas vezes, em abril e agora com a prorrogação da medida. Além do que, garante a compra de aparelhos que economizem energia elétrica”.

Para o executivo, a modificação de isentar apenas produtos de menor consumo de energia não é de todo ruim. “Entendemos que o ano de 2009 foi de crise, mas observamos sinais de melhora, principalmente no último quadrimestre. Apostamos no ano que vem em recuperação da economia”.

O diretor do Grupo Silvio Santos entende que é necessário que o governo revise a carga tributária do País. “A cadeia de impostos é alta demais e se quisermos dar conforto, na linha casa, o que engloba linha branca e móveis, será necessário reduzir a cadeia de impostos”.

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Cartão BNDES movimentará R$ 2,6 bilhões

30/10/2009

 

Cerca de 97% dos cartões estão nas mãos de micro empresários. Foto: Divulgação

Por Fernando Teixeira, de São Paulo
Colaborou Paula Thomaz

“O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) tinha uma imagem de apoiar apenas grandes empresas e obras, o que não é verdade. Tanto que criou o Cartão BNDES, com a mesma funcionalidade de cartão de crédito para pequenas empresas”. Esse foi o relato de Fernão de Souza Vale, do gabinete da presidência do Banco, em São Paulo, sobre o aumento do número de empresas que aderiram ao produto.

Em 2008, o programa foi responsável por mais de 63 mil transações, que representaram R$ 934 milhões em negócios, com crescimento superior a 60% em relação ao ano anterior. Para 2009, o Cartão BNDES deverá apresentar um crescimento ainda mais expressivo, superando 160 mil operações e atingindo cerca de R$ 2,6 bilhões, quase três vezes o que foi registrado em 2008.

Segundo o Banco, em 2003, quando o programa foi criado, havia 231.275 cartões; com um limite total de crédito concedido de R$ 8,7 bilhões. Já de janeiro deste ano até outubro, foram emitidos 77.527 cartões, com um total de limite concedido de R$ 3,6 bilhões. Cerca de 97% dos cartões estão nas mãos de micro empresários.

O Cartão BNDES é uma linha de crédito rotativo e pré-aprovada, de até R$ 500 mil por banco emissor (Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco Nossa Caixa), com prestações fixas, prazo de pagamento de três a 48 meses, além de taxa de juros de 0,97% ao mês.

A linha de crédito é destinada para micro, pequenas e médias empresas. “O empresário pode ter um cartão em cada banco. Não tem anuidade e o empresário pode usá-lo, até mesmo, para capital de giro. Ao invés de pagar uma fatura à vista, pode-se parcelar em até 48 vezes e usar o dinheiro outras obrigações para empresa”, ressalta Vale.

De acordo com o BNDES, mais de 115 mil itens de 100 mil fornecedores estão disponíveis para compra através do cartão. A gama de produtos engloba: máquinas e equipamentos, computadores, software, móveis comerciais, veículos utilitários e motocicletas para serviços de entrega.

O programa também contempla melhorias como aquisição e transferência de tecnologia, serviços de prototipagem, design, ergonomia, resposta técnica de alta complexidade e avaliação da qualidade de produto e processo de software.

“As principais linhas de crédito antes da existência do cartão eram o BNDES automático, para projetos de investimento e ampliações de fábricas e a linha Finame, para máquinas e equipamentos. Elas existem ainda e agora temos mais esse recurso”, destaca Vale. Para ele a maior facilidade do cartão é que as parcelas são fixas e o empresário tem previsibilidade de caixa no final do mês. A inscrição para fazer o cartão pode ser feita no endereço http://www.cartaobndes.gov.br/cartaobndes

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Comissão aprova Venezuela no MERCOSUL

30/10/2009

 

Com aprovação do Senado, Venezuela pode negociar com o Mercosul. Foto: Márcia Kalume – Agência Senado

Por Fernando Teixeira, de São Paulo

Após quatro horas de debate, o protocolo de adesão da Venezuela ao MERCOSUL (Mercado Comum do Sul) foi aprovado pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE). A proposta segue agora para votação no Plenário do Senado.

Para comentar sobre as vantagens do ingresso da Venezuela no bloco econômico, o portal Golden Light Business entrevistou José Francisco Marcondes Neto, presidente da Câmara Venezuelana-Brasileira de Comércio e Indústria, com sede em São Paulo.

Golden Light Business — Qual a expectativa do senhor sobre a entrada da Venezuela no MERCOSUL. Acredita que o Senado brasileiro vote a favor?

José Francisco Marcondes Neto (JFMN) Estamos trabalhando e acreditando firmemente na aprovação do protocolo de adesão pela CRE e pelo plenário do Senado Federal. A aprovação do ingresso da Venezuela ao MERCOSUL é o fato geopolítico e econômico mais importante dos últimos 20 anos a ser apreciado pelo Senado Brasileiro. Os empresários de ambos os países estão unidos aguardando por esta decisão fundamental para o futuro de nossos povos.

Golden Light — O PIB (Produto Interno Bruto) da Venezuela foi de US$ 320 bilhões em 2008, o terceiro maior da América Latina. Na última década, o comércio bilateral entre Brasil e Venezuela cresceu 850 vezes, saltando de US$ 536 milhões, em 1999, para US$ 5 bilhões no ano passado. O superávit brasileiro foi de US$ 4,6 bilhões. A entrada da Venezuela no Mercosul pode ajudar a equilibrar a balança? Quais produtos o país pode exportar? Qual a vantagem para Venezuela em entrar no bloco?

JFMN A entrada da Venezuela certamente gerará um crescimento do comércio para ambos lados, particularmente com os Estados do Norte e Nordeste do Brasil. A questão do superávit será melhorada com a ampliação do processo de integração produtivo e com a industrialização venezuelana, gerando exportações conjuntas para outros países, alem de outras formas menos tradicionais como setor de serviço e turismo.

Golden Light — Parte do Senado brasileiro coloca como condição para o ingresso da Venezuela no bloco de comércio do sul, a assinatura de um termo de compromisso por parte de Hugo Chávez, de respeito às regras políticas e econômicas do bloco, além de garantias de que a oposição venezuelana e a propriedade privada serão respeitadas. É possível cumprir as exigências? Medidas como essa, podem ser uma ameaça à revolução bolivariana que Chávez prega?

JFMN Este é o posicionamento da oposição ao ingresso da Venezuela ao Mercosul. Na opinião da Federação, esse tema já foi superado nas discussões das audiências públicas realizadas pelo Senado. O momento é de votação, deliberação da maioria e aprovação.

Golden Light — O Brasil tem boa relação tanto com a Colômbia quanto com a Venezuela. Os presidentes Lula e Uribe, se reuniram em São Paulo e lançaram o desafio de dobrar o volume de comércio entre os países, qual a opinião do senhor sobre isso? É possível uma medida similar entre Brasil e Venezuela, independendo da entrada da Venezuela no Mercosul?

JFMN A entrada da Venezuela no MERCOSUL, como decisão de grande valor geopolítico gerará, nos próximos cinco anos a duplicação da relação comercial.

Golden Light — O que a Venezuela precisa para desenvolver a indústria nacional e baixar a dependência por petróleo como principal produto?

JFMNO desenvolvimento do segmento produtivo nacional com a colaboração dos países parceiros como já vem sendo feito com o Brasil, através de acordo de cooperação com a ABDI. A dependência só diminuirá se for feito um processo de industrialização e com a integração com o MERCOSUL. A ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) desenvolve parques fabris de baixas tecnologia como a produção de embalagens. Assim podemos fazer cooperação com setores de um país industrializado como o Brasil.

Golden Light — Após a entrada no MERCOSUL a Venezuela terá de passar por reformas em leis sanitárias e de comércio para se adequar ao bloco? Por exemplo, hoje a Venezuela importa gado vivo do Brasil, pois as barreiras sanitárias são pequenas e permite esse comércio.

JFMN Sim, a entrada no bloco econômico passa por melhorias de regras no sistema de importação, exportação e controle sanitário. São arcabouços jurídicos que devem ser revistos. Hoje a importação de gado em pé gera um mercado de US$ 200 milhões a US$ 300 milhões por ano.

Golden Light — O fato de o presidente Hugo Chávez ter um relacionamento tenso com outros países não pode fazer com que os parlamentares brasileiros possam rejeitar a entrada da Venezuela no bloco? Há risco de calotes e moratórias?

JFMN A visão da entrada da Venezuela no MERCOSUL precisa ser feita em longo prazo. Estamos falando de um país importante dentro do continente e, por isso, não podemos nos prender a figuras e pessoas. O relacionamento entre Brasil e Venezuela começou com o governo Itamar Franco, depois Fernando Henrique Cardoso e agora com o presidente Lula – do lado do Brasil e do outro venezuelano com Carlos Perez, Caldeira e agora Chávez. Isso mostra que não são fatos pessoais que determinam o relacionamento com os países.

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Atacado farmacêutico atinge R$ 10,5 bilhões

26/10/2009

A Abafarma Associação Brasileira do Atacado Farmacêutico anuncia os números do segundo quadrimestre de 2009 e uma expressiva recuperação do setor. O faturamento das maiores distribuidoras de medicamentos do Brasil aumentou 8,6% em relação aos primeiros quatro meses do ano. Mais de R$ 10,5 bilhões foram movimentados pelo atacado de janeiro a agosto.

No segundo quadrimestre, o faturamento ultrapassou R$ 5,5 bi. Foram vendidas quase 377 milhões de unidades de medicamentos no período. Em meio a números tão favoráveis, ganha destaque o desempenho dos genéricos, que atingiram um aumento de quase 15% em unidades vendidas, faturando mais de R$ 394 milhões.

“Os índices mostram a contínua evolução do setor mesmo dentro de um período de crise, embora esta esteja aparentemente superada por vários países. Para isso, foi fundamental o entrosamento da cadeia farmacêutica com relação a prazos de entrega e pagamento”, avalia Luiz Fernando Buainain, presidente da Abafarma. O presidente lembra ainda que em abril houve o reajuste anual nos preços dos medicamentos de 5,9% e que refletiu diretamente nos números do segundo quadrimestre, que mesmo assim, se mostram positivos.

JANEIRO A ABRIL 2009

MAIO A AGOSTO 2009

COMPARATIVO (%)

Faturamento Nominal

R$ 5.131.477.549

R$ 5.573.547.976

8,6%

Faturamento Nominal (Medicamentos)

R$ 4.698.396.592

R$ 5.149.787.120

9,6 %

Faturamento com Genéricos

R$ 359.474.547

R$ 394.678.082

9,7%

Unidades Vendidas (Medicamentos)

342.080.186

376.932.605

10%

Unidades Vendidas (Genéricos)

52.192.362

59.979.019

14,9%

Número de Pedidos Faturados

5.075.407

5.478.959

7,9%

Fonte: Abafarma – Banco de Dados FIA/USP

Bancos públicos devem financiar a renovação da frota, diz Miguel Jorge

26/10/2009

Por Fernando Teixeira, de São Paulo

miguel jorgeO ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge garantiu aporte para o financiamento de renovação de frota de caminhões no Brasil, mesmo se os bancos privados não fornecerem linhas de crédito. “Não faz sentido os bancos privados não financiarem a compra de novos caminhões, pois temos o fundo garantidor para inibir calotes. Se eles não o fizerem, financiaremos via bancos públicos, como Banco do Brasil e Caixa Federal”, afirmou o ministro durante a abertura da 17ª edição da Fenatran (Salão Internacional do Transporte).

O apoio do governo para a renovação da frota de caminhões é feita pelo programa Procaminhoneiro do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que recebeu mais R$ 800 mil de recursos, além de R$ 1 bilhão que já estava disponível para facilitar a aquisição de caminhões novos e usados. O programa permite a aquisição de veículos de até 15 anos, com prazo de financiamento de 96 meses e juros anuais de 4,5%.

Miguel Jorge ressaltou que, no ano que vem, as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e os preparativo para a Copa de 2014 e Olimpíadas de 2016, farão do Brasil um grande canteiro de obras. “O Brasil chegou a um novo patamar para investimentos, e, até 2015 temos de desenvolver obras de infraestrutura, por causa dos eventos esportivos. Durante anos, desde a década de 1970, desaprendemos a fazer obras grandes de infraestrutura. Nos últimos quatro anos, reaprendemos a planejar as obras com o PAC”.

O ministro do Desenvolvimento destacou que em 2020 começa a exploração do pré-sal e será necessária uma frota de caminhões renovada. Além disso, afirmou que até o final deste ano, sairá a licitação do trem-bala, que liga Campinas a São Paulo e São Paulo ao Rio de Janeiro. O investimento deve chegar na casa de R$ 15 bilhões.

Jackson Schneider, presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), afirmou que, mesmo que haja entraves na economia, não vai faltar caminhões para os próximos cinco anos. “Já ocupamos o sexto lugar na produção de caminhões e até 2012 adoraremos práticas ambientais similares as da Europa, na redução na emissão de gases poluentes”.

Ele prevê que indústria acelere a produção de novos caminhões em 2010, para suprir a necessidade do mercado. “Com o fomento de obras e maior produção de cargas, há garantias de frete. A indústria de veículos precisa responder à altura”.

Câmbio

Nenhuma medida de sobretaxa de câmbio tem impacto imediato nas exportações, pois “primeiro é necessário conquistar mercados lá fora. Não tem como fazer projeção, mas a minha projeção é de pouco impacto. O efeito mais importante é melhorar os custos de logística, como transportar soja e outras commodities com mais agilidade e menores custos”, afirmou o ministro do Desenvolvimento Miguel Jorge.

O ministro minimizou o impacto sobre a taxação de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) nas exportações. Questionado sobre o possível impacto da medida, Miguel Jorge disse que será “muito pequeno”. “Não é com 2% que você tem um efeito substancial. O efeito mais importante apareceria com investimentos em logística e com a redução do custo País e do custo de transporte. Aumentar a competitividade é um investimento perene”, disse.

Mineração

O Governo Federal deve enviar ao Congresso Nacional, no começo de 2010, dois projetos para a revisão da cobrança de tributos e royalties da mineração. As informações devem ser apresentada pelo governo federal na forma de dois projetos de lei a serem enviados ao Congresso em 2010. Segundo o jornal “Folha de S.Paulo”, dentre as mudanças previstas no novo marco legal, está a criação de regras mais rígidas para a concessão de áreas de exploração de minério.

Hoje, as empresas têm autorização para pesquisar uma área, sem produzir, por até 10 anos. A proposta do governo é conceder uma autorização anual, com até 5 renovações, e a obrigatoriedade de investimentos anuais.

Para Miguel Jorge, o projeto do governo de regulamentação no setor de mineração resolve a questão da “lavra do papel. Hoje, você tem direito de lavra e fica com ele para especular durante dez ou quinze anos e depois o vende para alguém. Se você tem o interesse em determinado processo, você deve ter um prazo para começar a fazer as obras. Passado esse prazo, o direito de uso da área deve ser colocado à venda, ou o governo retoma”.

O ministro ressaltou que a exportação de commodities, principalmente as minerais, gera muito menos emprego do que a exportação de bens de maior valor agregado e causa distúrbio ao meio ambiente e no entorno da mineração. “Talvez fosse necessário pensar em uma compensação maior, via tributo, para os Estados mais afetados pelos efeitos da mineração”, ressaltou.

IPI

O ministro esquivou-se de responder sobre a possibilidade de prorrogação do IPI reduzido (Imposto sobre Produtos Industrializados) para além do dia 31 desse mês, para produtos como fogões, geladeiras e lavadoras, a chamada linha branca. “Sou contra a prorrogação do IPI. Até o último dia”, disse, sorrindo.

Fenatran

A Fenatran foi criada em 1984, quando a NTC (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística), começou a fazer a feira de forma itinerante. Segundo Flávio Benatti, presidente da associação, há 10 anos a feira se tornou fixa e, a partir disso, é realizada de forma bienal. “O Brasil mostrou que é capaz de preservar investimentos e que tem um excelente mercado interno. Agora é necessário eliminar os gargalos. Um dos gargalos é melhora da rede ferroviária e a renovação da frota de caminhões. Hoje,  44% da frota em circulação tem mais de 20 anos e 270 mil com mais de 30 anos. É necessário tirar 50 mil veículos por ano, por falta de condições de rodagem”, alertou.

Juan Pablo De Vera, presidente da Reed Exhibitions Alcantara Machado, organizadora do evento, o fato das empresas terem apostado na feira mostra que o Brasil está preparado para crescer.”Planejamos o evento no ápice da crise, mas as grandes empresas apostaram no segmento e organizamos uma das maiores feiras do setor, na América Latina. Mostra um País maduro”.

A opinião foi compartilhada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que disse na abertura do evento, que o Brasil tem a confiança do povo e dos empresários. “O mercado interno garantiu o consumo e a manutenção da indústria, durante o auge da crise”.

Serviço

Fenatran 2009 – (17º Salão Internacional do Transporte)
Data: 26 a 30 de outubro de 2009
Horário: 13h às 21h
Local: Pavilhão de Exposições do Anhembi – Av. Olavo Fontoura, 1.209 – São Paulo/SP
Credenciamento gratuito online em http://www.fenatran.com.br

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Brasil e Uruguai iniciam processo de implantação do Sistema de Pagamentos em Moeda Local

23/10/2009
Os Bancos Centrais do Brasil e do Uruguai firmaram nesta sexta-feira (23/10) uma Carta de Intenções pela qual concordam em dar início ao processo de implantação do Sistema de Pagamentos Bilateral em Moeda Local entre os dois países.
O objetivo de criação do sistema de pagamentos é oferecer aos exportadores e importadores brasileiros e uruguaios uma alternativa para a liquidação de suas operações de compra e venda em moeda local. A redução de custos por não utilização de uma terceira moeda e o aumento da liquidez e da eficiência do mercado de câmbio em Peso Uruguaio e Real são alguns dos benefícios que adviriam da implementação do sistema.
A existência do sistema bilateral de pagamentos será mais um elemento a contribuir para o processo de integração econômica entre as duas nações do Mercosul. Além disso, a assinatura da Carta de Intenções ajudará a consolidar os vínculos de cooperação entre os Bancos Centrais do Brasil e do Uruguai.

Shoppings já se preparam para o Natal

21/10/2009

Entidades acreditam em “Natal da recuperação”, por causa de juros menores. Foto: Divulgação

Por Fernando Teixeira, de São Paulo

As vendas de final de ano devem ter aumento de 4% frente a 2008, quando, em meio à crise, houve 1% de crescimento. A previsão do varejo e de institutos de pesquisa é que, de novembro a dezembro, ingressem R$ 78 bilhões na economia, correspondentes ao recebimento do 13º salário e R$ 3 bilhões relativos às restituições do Imposto de Renda. De olho nesse cenário, redes de shoppings já começam a montar decoração natalina para chamar os clientes.

Uma das redes de administradoras de shopping que deve aproveitar o sábado, 24, para embalar os clientes no clima de final de ano é a Savoy. A administradora antecipou em pelo menos uma semana a entrega da decoração de três dos seus cinco empreendimentos

Fábio de Sousa Médici, superintendente do Central Plaza Shopping contou ao portal Golden Light Business, que o investimento foi de R$ 1 milhão em toda Campanha de Natal. A expectativa é que, com o investimento, que haja um aumento de público de 10% e um incremento de vendas de 18% se comparado ao mesmo período de 2008.

Médici disse que o comércio aposta em até 30%. Para ele, o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) deve ir até o final do ao e deve ser um grande chamariz para compras. “Vemos os lojistas animados. O reflexo da crise foi muito pequeno. Vimos no Dia das Crianças. O horário será estendido para receber 2 milhões a 2,3 milhões no final do ano”.

No Shopping Interlagos, também pertencente à rede Savoy, o investimento foi de R$ 1,5 milhão para esse Natal, sendo R$ 500 mil em decoração. O superintendente, Carla Bordon Gomes, disse que a expectativa é de que haja um aumento de vendas de 10% e um incremento de fluxo de público de 12%, se comparado ao Natal de 2008.

Com investimento mais modesto, R$ 600 mil, o Maxi Shopping Jundiaí também deve entregar no sábado a decoração aos clientes e com isso espera aumentar as vendas em 9% e um incremento de fluxo de público de 10%, frente ao Natal de 2008.

Na semana passada, o presidente do SPC Brasil (Serviço Nacional de Proteção ao Crédito), Roberto Alfeu disse que o brasileiro terá este ano o “Natal da recuperação”. Um dos fatores que ele destacou foi que no ano passado, a taxa de juros anual (Selic) era de 13% e hoje está fixada em 8,75%, patamar que ainda é considerado alto, mas permite melhor funcionamento da economia.

Oferta de emprego aumenta

Segundo a Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping), para esta temporada de compras serão abertas cerca de 130 mil vagas temporárias em todo o Brasil, um aumento de 30% na comparação com o ano anterior.

A entidade justifica o número, lembrando que devem ser inaugurados, ao menos 26 malls até o final do ano e que 29 shoppings passaram por expansões e cresceram, em média, 30% em área e número de lojas.

De acordo com Carlo Zanetti, superintendente do Shopping Frei Caneca, na capital paulista, 40% das lojas do empreendimento vão contratar força de vendas extra para este final de ano. Parte do contingente já começa a ser treinado a partir de outubro. No total, serão quase 300 vagas, a grande maioria para o cargo de atendentes, além de operadores de caixa e estoquistas. “Os lojistas estão bastante otimistas com o período de vendas para o final do ano devido aos ótimos resultados que o centro de compras vem registrando em 2009”, ressalta.

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Decisão do Copom sobre taxa básica de juros sai hoje

21/10/2009

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) define hoje a taxa básica de juros, a Selic. A decisão deve ser divulgada no final da tarde. Os juros básicos estão em 8,75% ao ano e a expectativa do mercado financeiro é de que sejam mantidos no atual patamar.

Segundo o boletim Focus, que contém expectativas do mercado financeiro, os juros básicos devem ser mantidos no atual patamar pelo menos até julho de 2010, e depois subam de 8,75% ao ano para 9,25% ao ano. Em agosto de 2010, na projeção dos analistas, haverá novo aumento, para 9,50% ao ano. Em setembro, a Selic ficaria em 9,75% ao ano e em outubro, subiria para 10,25% ao ano. Nessa projeção, a Selic encerra 2010 em 10,50% ao ano.

A reunião do Copom é dividida em duas partes, com o primeiro dia de reunião na terça-feira e o segundo dia na quarta, quando é anunciada a decisão sobre a taxa. Esta é a penúltima reunião de 2009. O último encontro deste ano para definir os juros básicos será nos dias 8 e 9 de dezembro.

Na primeira reunião do Copom em 2009, em janeiro, a Selic foi reduzida de 13,75% ao ano para 12,75% ao ano. Em março, caiu para 11,25% ao ano, com nova redução em abril para 10,25%. Em junho houve um novo corte de 1 ponto percentual para 9,25% ao ano e em julho o comitê reduziu o ritmo, com uma queda de 0,5 ponto percentual para 8,75% ao ano. Em setembro, o Copom decidiu pela manutenção dos juros básicos.

O BC usa a Selic para controlar a inflação e cabe à autoridade monetária perseguir a meta de 4,5% para 2009 e 2010. Essa meta, definida com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), tem margem de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, ou seja, o limite inferior é de 2,5% e o superior é 6,5%.

Para analistas da Gradual Investimentos, A inflação no curto prazo está bem ancorada, todos os índices de inflação divulgados em outubro (tanto faz se IGP´s ou os IPC´s da FIPE) vieram menores – ás vezes em patamares bem inferiores – ao registrados em setembro. Sexta-feira termos a divulgação do IPCA-15 e este deve apontar 0,25% no período.

Junto o anúncio da nova taxa SELIC é de praxe a divulgação de uma nota sucinta sobre a reunião. A leitura deste comunicado deverá ser feita com atenção redobrada pois temos de um lado 1-) a expectativa de que o BC volte a subir os juros no país já no 1° semestre de 2010 e 2-) a recente decisão da criação do IOF para estrangeiros. Ambos os eventos são de importância fundamental para os rumos da política monetária doméstica.

É unanimidade junto aos economistas do mercado que a decisão será pela a manutenção. Lembramos à todos que ainda teremos mais uma reunião do COPOM em 2009, entre os dias 8 e 9 de dezembro.

Fernando Teixeira com Agência Brasil

Brasil no comando da FIAF

21/10/2009

Ricardo Camargo, diretor executivo da ABF – Associação Brasileira de Franchising, foi reeleito secretário geral da FIAF – Federação Ibero-americana de Franquias para os próximos dois anos. A decisão foi tomada na ultima sexta-feira (16), durante a SIF&Co, tradicional feira de franquias da Espanha e um das três mais importantes do país.

Os representantes da entidade enalteceram o  trabalho desenvolvido pela atual gestão e afirmaram que este cargo sempre deverá ser ocupado pelo representante do país que detém a liderança ibero-americana do setor e que hoje indiscutivelmente é o Brasil. Outro fator positivo avaliado é a estrutura oferecida pela ABF, que vem permitindo uma conquista permanente de espaço e reconhecimento do franchising dos 10 países membros no cenário internacional. Durante a reunião foi aceita a proposta de filiação do Uruguai, tornando-se o 11º país membro da FIAF. Os demais países são: Argentina, Brasil, Colômbia, Equador, Espanha, Guatemala, México, Peru, Portugal, e Venezuela.

Vale investe em resposta ao Planalto

20/10/2009

Por Fernando Teixeira

São Paulo 20/10/2009 — A Vale anunciou investimentos de R$ 24,5 bilhões para 2010. É a maior cifra investida pela companhia na manutenção de suas operações, pesquisa e desenvolvimento (P&D) e na implementação de projetos. A companhia se comprometeu a quase dobrar o número de empregados dos atuais 23 mil para 65 mil em 2012.

O anúncio foi uma resposta às declarações do governo de que a Vale precisa agregar maior valor aos seus produtos e ir além da exportação de minério de ferro. Quem anunciou os novos investimentos foi Roger Agnelli, presidente da Vale. Ele rebateu as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva dizendo que a atividade mineradora é a que mais agrega valor na cadeia produtiva. “Tirar minério do morro, quando ele não vale nada, e aplicar tecnologia para transformar em algo rentável é agregar valor. O mercado não compra aço, compra minério”, acrescentou o executivo, durante  a apresentação dos investimentos.

Para Agnelli, “o presidente está no papel dele e tem de cobrar mesmo”. Ele ressaltou que a Vale não mudou seus planos em função do governo, mas que a preocupação com as declarações do presidente geraram tensão.

Eike

Eike Batista, empresário mais rico do País, afirmou, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, na semana passada, ter desistido da compra da Vale. A notícia chegou depois do empresário fazer pressão, junto ao presidente Lula, para mudar o comando da Vale; substituindo Roger Agnelli, atual presidente da mineradora, por Sérgio Rosa, presidente da Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil. Antes dessa manobra, Batista tentou comprar a Bradespar, braço de participações do Banco Bradesco, que controla 21,21% do capital votante e de 17,5% do capital total da holding Valepar.

Eike admitiu ao jornal ter conversado recentemente com o presidente Lula, mas não sobre o assunto. “Conversei com o presidente em Nova York, sobre o Brasil em geral e o futuro promissor que nos aguarda.”

Apesar de seu recuo na intenção de comprar a Vale, Eike afirmou que suas observações sobre as operações da Vale são todas técnicas e voltadas para a excelência. Segundo ele, continuam válidas.”Por um acaso estou errado ao dizer que a projetada compra da Xstrata poderia ter quebrado a Vale ou que a empresa deveria deixar de exportar, apenas, matéria-prima no lugar de produtos de valor agregado?”, afirmou.

Na noite de segunda-feira, na saída da reunião com Lula, Agnelli empenhou-se em dar garantias de sua permanência na presidência da Vale. “Eu, sinceramente, nunca tive nenhuma ciência de que ninguém quisesse me tirar. E nem tenho sonhado em sair”, disse o executivo.

Agnelli complementa que a cobrança que o presidente faz é comum. “Faço na minha empresa. Eu cobro meus gerentes e diretores todos os dias.” Ele considerou o noticiário sobre as relações entre o governo e a empresa um exemplo de que a imprensa extrapola. “É um monte de versões, versões, versões. Mas os fatos são muito diferentes.”

Investimentos

A Vale deverá investir em 2010, cerca de R$ 24,5 bilhões. Deste montante, R$ 15,5 milhões serão aplicados no Brasil. Segundo Agnelli, 30% do orçamento total será aplicado em minério de ferro e logística (21%), 31% em metais não ferrosos, 7% em carvão, 6% em energia, 3% em siderurgia e 2% em outros.

Segundo a mineradora o programa de investimentos continua a refletir o foco no crescimento orgânico como prioridade da estratégia de expansão das atividades da Vale: 76,6% do orçamento de 2010 será direcionado para o financiamento de pesquisa e desenvolvimento de projetos, contra o percentual médio de 71,1% nos últimos cinco anos.

A Vale efetuará investimentos em 16 estados do Brasil. A maior parte desses dispêndios se concentrará no Pará (44%), Minas Gerais (19,2%), Maranhão (12,8%) e Espírito Santo (11,1%), onde se localizam nossas principais operações no País.

Repercussão

Paulo Esteves, analista chefe da Gradual Investimentos  diz que o mercado viu de forma positiva o anúncio de investimentos da Vale. “Foi uma satisfação que o presidente da Vale deu ao mercado para aliviar a pressão política que estava sofrendo”.

Esteves ressalta que os investidores estão seguros quanto aos resultados da mineradora.  “O otimismo do mercado projetou os papéis da Vale, Além do que temos a recuperação da venda de minério no mundo, e, esse é o principal produto da companhia”

Adriano Gomes, professor de finanças da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) enxerga como um ato teatral o anúncio da Vale ao mercado e que o retorno dos novos investimentos só aconteçam no longo prazo. “Os planos estavam engavetados e a Vale não os colocaria em prática se o mercado não estivesse bom. O presidente Lula usou o fato como palanque”. Para ele, não adianta falar “vamos fazer investimento, se não falar como, onde, quando, quanto aporte vai usar”.

Para Gomes, o mercado financeiro faz leitura positiva, mas o fato não tem grandes influências no preço das ações. “Se algum fundamento da Vale não estiver sólido, os acionistas se desfazem das ações e o preço despenca. Com a disparada do volume e consumo de minério no mundo, os papéis se recuperaram de forma extraordinária”.

Gomes analisa a questão sobre o prisma político e enxerga que o presidente Lula colocou dois grandes empresários brasileiros (Eike Batista e Roger Agnelle) muito próximos a ele e perto da eleição presidencial. “Lula está com sua candidata na rua. Quem será mais eficiente em patrocinar? Parece ser a estratégia do Chateou: expulsa o empresário e depois passa o pires para falar bem novamente”, compara.